sexta-feira, 26 de setembro de 2008

(N)OSSOS

Amar:
rama flutuante,
um Romeu amante, em êxtase
amar...

Amar:
o que não sei;
íntimo desconhecido,
o que dói.
anti-herói
partícula que destrói
parte mácula,
a pureza,
amar...

minha namorada imaginária
solitária
solidária,
minha amada ordinária
tão casta e tão fútil
amá-la, tão inútil
e assim, despindo-me sutil
minha amiga imaginária
amiga sem som, sem presença
nossos
ossos...

amar
o que não entendo
ainda amar
o que não entendo
e continuo pretendendo
aquilo que não toco
algo oco
sem coração
sem vida...

amar, como se pra buscar saídas
amar e emaranhar-se neste labirinto,
amar entrelaçando-se
criando teias, abrindo atalhos
amar na certeza duma enxaqueca,
no quebra-cabeça de montar e desmontar-se
amar em seu trono
não sendo apenas dono, mas sim domador.
Amar e ser escravo, somente isto
Amar enquanto enguiço
Amar e ter a sorte disto,

Amar e tão somente, mar...

Um comentário:

camilapoesia disse...

Olá Teuzinho,essa me tocou profundamente..de coração,é perfeita,assim como perfeito és teu ser.