para uma amiga bem especial, num momento bastante especial...
Do seu ventre de Vênus,
do seu ente que virá,
deste embalar e ninar:
seu rebento...
Que não é meu, que não é meu,
mas é meu também,
e de todos os amigos:
herdará o sangue de todos que te querem bem;
é o bem que te querem,
o já bem-querer:
seu rebento...
que será bento...
que terá saúde...
será meu amigo...
terá mil futuros e os cantará comigo...
será filho de minha deusa...
terá dela toda sua beleza e ternura...
será abençoado
terá todas as benções,
um querubim ainda em grão,
o maior de todos os gigantes:
seu rebento...
arrebatará nossos corações com o seu pequeno coração a pulsar,
tornará luz de nosso guio,
será filho, uma criança, vida...
uma lágrima no senso da alegria,
bonito instante a brotar
em cada passinho
em cada carinho
no carrinho ou na boneca,
no desenho pintado a dedo e entregue a mamãe,
sapatinho de crochê
papinhas e cocôs...
simplesmente seu rebento
consciente estou a todo momento,
uma agonia boa – acredite – pousa em mim...
assim tento lidar minha vida,
sabendo que mais uma vida
vai distanciar-me de você,
seu rebento...
sua outra vida...
matei algo que havia
e o refiz diferente – maior talvez ?
Não saberei....
2 comentários:
este poema é para mim e meu bebê..o teus que lindo..vc sabe né...que toda mulher gravida fica sensivel demais...e tú faz isso...
amei meu querido amigo,...
te adorararei sempre!!!
Este e o poema posterior "(N)ossos", na minha modesta opnião de leigo, apresentam uma evolução dos versos Mateusianos, nestes a muita sonoridade, quase a musicalidade dos poetas simbolistas, sem falar no jogo de liguagens e dos belos temas escolhidos, a maternidade e o amor platônico
Parabéns!!!
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