terça-feira, 12 de abril de 2011

TEMPO DE VALIDADE

eu não tenho data escrita
num exato tempo de validade;
mas o xampu
têm...

eu não tenho data escrita
num exato tempo de validade;
mas o pote de iogurte perdido na geladeira
têm...

eu não tenho data
num exato tempo de validade;
mas a água com gás, o esmalte de pintar unhas,
a vida insólita da carne morta descongelando na pia,
o carpete onde piso e passo,
o relógio que marca o tempo que passou,
tudo isto
têm...

mas morrerei também,
tal qual o xampu, o iogurte, a água com gás,
o esmalte, a carne de supermercado,
o carpete, o relógio...
tudo neste ir moribundo,
todos nesta corda bamba do viver...

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