Dica: leia-o ao som de Elliot Smith...
O amor é masculino;
A paixão é feminilizar
O amor é maiuscúlo e musculoso,
A paixão é hedonista e vulgar;
O amor anda mambembe pelo cantos,
A paixão é puta querendo dar
O amor é frio e calculista,
A paixão é projétil ansiando voar...
O amor querendo se apaixonar...
A paixão querendo amar...
Amor é casamento fiel;
Paixão é traição cintilar...
O amor incendiou sem querer
A paixão, enciumada, “lançou sua flecha preta”
O amor, dolente, indagou seu próprio ser
A paixão, sabendo-se sábia, acerta em cheio sua seta
O amor é químico;
A paixão, veia que leva um rio tísico
O amor nos faz ventrílocos;
A paixão, imaterial físico...
O amor é parecido com todos os outros
A paixão, poema batido
O amor envolve-se num casular invólucro
A paixão, fluviar comedido,
Amor e Paixão, de mãos dadas
na divisão dum mesmo algodão-doce...
como se fossem amalgamados,
como se siameses fossem...
ou como se lê-se meu sentimento ouvindo jazz...
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