Não sei porque desta minha embriaguez desmedida;
esta embriaguez insólita, insossa, sem precisão...
Talvez seja porque a vi,
porque pensei ser tão raro vê-la,
talvez porque me enganei...
Decepção é ferida mordaz...
traz em meu peito guerras, nunca a paz.
E assim me transformo, me desformo, viro fera
e aí o febril da quimera,
augustiniana pantera,
xingo a todos e me auto-flagelo...
Esta embriaguez é por alguma coisa incisa
meu desejo que se multila,
novamente rimar não se precisa
este me revelar pareceria tão óbvio...
remexo minha dor
e a transformo em poesia.
Mas ainda sim inaudita...
e assim fica no breu, não está viva.
A embriaguez que torna-me, dia a dia
menos homem
mais animal
mais ou menos uma busca
de um dia ainda vê-la estátua.
E assim ser feliz sem você estar aqui...
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