segunda-feira, 25 de abril de 2011

INCONSCIÊNCIA

“ (...) e desde então sou porque tu és,
e desde então és, sou e somos
e por amor serei, serás, seremos. ”

(Soneto de Amor, Pablo Neruda)

Eles iam se encontrar finalmente. Os destinos, o Universo conspirava como num ditame qualquer de Paulo Coelho... Estavam na mesma festa, ele ainda entrando, ela ainda por entrar... Uma noite sem nuvens, o céu bem estrelado e duma lua cheia digna dos enamorados notívagos... Ele pra ela, ela pra ele: nada poderia dar errado...

A não ser pela mambembe, ululante e imponderável Lei de Murphy nossa de cada dia...

Ele, se talvez achando um “ultra-humano etílico” – ou querendo criar coragem pra procurar o que procurava (embora não soubesse exatamente o quê), começa a beber uma, duas, três, misturar misturas, bebendo tudo e todas... No fim, veio a inconsciência, a amnésia, a... a... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... (neste meio tempo, ela entra na festa parecendo procurar alguma metade; encontra amigos, beberica um pouco, o show da banda principal ainda não começou; e tenta dar pequenos passos, pede licença aos transeuntes, não sabia o que procurava, mas sabia que procurava algo.) ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... (ele foge, sua turma tenta detê-lo; em vão, deixam-no ir.) ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... (o show finalmente começa) ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... (Alguém – não ele – a beija. Ela, sem saber se saciando aquela busca aflita, deixa-se levar pelo lascivo momento.) ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... (Fim da festa. Ela sai de mãos dadas com aquele alguém, deduzindo, ainda zonza, que este cara era aquilo mesmo que ela tanto procurava...)

Ele enfim desperta do “estado de coma”; deitado em sua cama, no quarto de sua casa, babando no travesseiro, o acre gosto de borracha na boca, azedume na alma... Constata então que perdeu a festa, que aquilo que procurava pudesse ter lhe escapado das mãos, sente-se um babaca e volta a dormir pra vida...

Um comentário:

Vanessa disse...

Parabéns pelo blog amigo, vc só deveria ter citado o nome da banda principal rsrsrsrsrsr.
Bjosss!