domingo, 30 de março de 2008

POÍEMA

Palavra intensa
teso tesão
a coisa copúla
criando casulo
e libertando-se...

Então o poema, coeso
me prende
apreende,
absorto verbo.

Aí digo,
mendigo
minto-afirmo,
firmo qualquer coisa
desdizo...

E sei que minha voz inaudível
dirá dez mil vezes o que sou
que sou, que sul
que vento, invento, sorvo
este corvo que vem, sem cor
confundindo-se, negro, com estrelas.
Gritarei, silêncio,
silêncios em excelências
na sagacidade das essências
tendo, pretendendo, prender
esta coisa que rende;
a rede que teço
e durmo.

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