Patamar
o mar
apatia
a pata
quá-quá-quá...
qualquer bossa.
nova ou amassada,
música,
aptidão,
um galo, elevação da superfície,
um corcunda,
qualquer bossa.
um apelo
um pêlo, uma pele
qual
querer
moer, mugir
amar, avelã
ave
lã
amanhã caído
manhã caída
queda,
bossa qualquer...
uma viola violada
vadio vaso vazio,
hímen humo, semên (no ar)
semear
semente...
amor e flor
flor e dor
orvalho e vale,
vela e monte,
minha, minha
faço, poço, passo, fossa
bossa,
bossar, mar, amar, rio, Rio
versar, conversar, convencer
um pato,
dois atos,
altos momentos,
ventos, ventos,
apenas palavras soltas,
assim sem sentido
devaneio
anseio em desvario
o poeta ancorado,
a bossa lúdica de gaivotas num céu pintado à Magritte,
Holiday no ar
e (sem estrangeirismos)
um Tom sem tom, piano e poetinha:
qualquer bossa
alucinógena
para quebrar o efeito deste gim.
(2007)
Um comentário:
Não sei bem o porquê, Mateus, mas esse teu poema me fez lembrar de poemas do livro "Barulhos", de Ferreira Gullar...
Muito bom o fechamento:
"a bossa lúdica de gaivotas num céu pintado à Magritte,
Holiday no ar
e (sem estrangeirismos)
um Tom sem tom, piano e poetinha:
qualquer bossa
alucinógena
para quebrar o efeito deste gim."
Você é poeta meu de cabeceira, meu caro...
Fique em paz...
Sempre passando por aqui!
Germano
Postar um comentário